Boas,
aproveitei este fim de semana prolongado, e juntamente com quatro colegas de trabalho, realizámos uma viagem que já andava a ser adiada há muitos anos: o Chaves-Faro pela Nacional 2.
Foram 4 dias de sonho, com paisagens de cortar a respiração, muita comida e bebida da boa e gentes muito simpáticas de norte a sul, e curvas de chorar por mais. Se conhecerem alguém estrangeiro que queira ficar a conhecer o país em pouco tempo, é fazerem a N2!
Foi mais ou menos assim:
1º dia (Lisboa-Chave):
saimos de Lisboa por volta das 11h, na quinta-feira, com destino a Chaves, para ser uma etapa mais rápida e sem stresses de maior, fizemos pela A1, depois IP3 e em seguida A24. Muita chuvinha apanhamos nós, desde Leiria até Lamego foi "non-stop", mas faz parte, viagem de moto sem chuva até parece que falta alguma coisa!
Várias paragens para reabastecer as motos e o corpo. Recomendo a sandes de leitão em Penacova, mesmo na IP3, é caro mas vale a pena. Sem sobressaltos lá chegámos a Chaves por volta das 17:30, depois de curtirmos as curvas da A24 na zona de Lamego, e as paisagens do Douro.
Chaves é uma pequena cidade muito bonita e bem arranjadinha, o centro histórico é fantástico, a Ponte Romana "parece" nova. As pessoas super simpáticas. A comida é muito, muito boa. À noite bebemos uns copos nos bares locais e caminha.
![Nacional 2, a pu... da loucura 41836817724_7da03acd21_b](https://farm2.staticflickr.com/1758/41836817724_7da03acd21_b.jpg)
![Nacional 2, a pu... da loucura 41656773735_20d5bdef54_b](https://farm2.staticflickr.com/1737/41656773735_20d5bdef54_b.jpg)
- 2º dia (Chaves-Tondela):
Pequeno Almoço tomado no Hotel e arrancamos por volta das 10h, foto da praxe no marco 0:
![Nacional 2, a pu... da loucura 41656727975_da0d4ee951_b](https://farm2.staticflickr.com/1744/41656727975_da0d4ee951_b.jpg)
Arrancamos com paragem prevista nas Pedras Salgadas, para ir visitar o Nature Park, vale a pena uma visita mais prolongada, fica para uma próxima:
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![Nacional 2, a pu... da loucura 41654840155_e8984f9573_b](https://farm2.staticflickr.com/1727/41654840155_e8984f9573_b.jpg)
Seguimos em direcção ao Douro, começando por Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Régua, onde paramos para um almoço ligeiro, pois o calor já apertava. Estrada de sonho, os socalcos das vinhas, o serpentear da estrada, as paisagens de outro mundo, as pequenas localidades que se avistavam nas encostas e vales, se não conhecem façam um favor a vocês mesmos e vão, vale muito a pena:
Depois de almoço, e estando nós ali, resolvemos fazer um pequeno desvio, e fazer a N222 até ao Pinhão, estrada fantástica, uma marginal que segue o rio Douro, são cerca de 20 Km para cada lado, vale bem a pena. Ainda conseguimos ver um dos barcos que fazem os passeios fluviais a descer nas comportas da barragem. Um espectáculo digno de se ver!
Voltamos à Regua e seguimos o nosso caminho até Lamego, para quem gosta de curvas, é só um dos percursos com muitas e para todos os gostos, sempre a subir.
Já na cidade que me viu nascer, paragem obrigatória no santuário da Sra. dos Remédios para esticar as pernas e vestir os impermeáveis, pois o tempo começou a fechar.
Daqui até Tondela, foi sempre a chover, fizemos toda aquela serra até Viseu sem grande história, excepto o estarmos a fazer o caminho inverso dos companheiros do Lés-a-Lés, era sempre giro cumprimentarmo-nos, e quebrava a monotonia de conduzir à chuva e ao frio que naquela zona se fazia sentir, chegamos a apanhar 10 graus.
Paragem nos arredores de Viseu para descansar e seguimos para Tondela, caminho esse que me trouxe muitas recordações das viagens de infância antes de haver IP3.
Dormida em Tondela, e mais uma excelente refeição, um bacalhau à lagareiro com batata a murro, mas servido em tacho de barro, acompanhado com muito tinto e boa disposição nossa, e dos donos da residencial que nos “mimaram” com várias iguarias!!
![Nacional 2, a pu... da loucura 40750642950_f2e5d7822f_b](https://farm2.staticflickr.com/1721/40750642950_f2e5d7822f_b.jpg)
3º dia (Tondela-Torrão):
A etapa mais longa amanheceu com chuva, vestir fatos e arrancar, passagem em Santa Comba, e continuar para sul ao longo do Mondego. Barragem da Aguieira, Penacova, e viragem para Vila Nova de Poiares:
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Continuar agora em direcção a Góis, mais uma etapa com as belas das curvas . Paragem para descansar e ouvir o rio correr.
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De regresso à estrada e já a pensar no almoço, seguimos em direcção ao Pedrogão Grande, não sem antes passar na terra pai de todos nós
![Very Happy](https://2img.net/i/fa/i/smiles/icon_biggrin.png)
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Almoço em Predogão, e passagem pela Barragem do Cabril, muito imponente a altura da mesma, das mais altas que já vi.
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Seguiu-se a Sertã, e Vila de Rei, onde subimos ao Picoto da Melriça, Centro Geodésico de Portugal:
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Paramos em seguida para um lanchinho de Tijeladas em Abrantes, e seguimos caminho. A paisagem começava-se a transformar lentamente e das estradas de serra com curvas e contra-curvas, começavam agora a abrirem-se as planícies ribatejanas, como que a preparar-nos para as retas a perder de vista do Alentejo. Passamos Ponte de Sor, Montargil, e Mora, onde um dos companheiros por motivos pessoais teve de nos abandonar, já só éramos quatro.
Paragem ao kilometro 500 para as fotos da praxe:
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O dia começava a ficar curto, e ainda tínhamos muito kilometros para fazer. Confesso que por esta altura o cansaço estava a começar a fazer das suas, não só o físico mas também o mental. Cada kilometro parecia cada vez mais longo, a chegada a Montemor-o-Novo indicava que estávamos quase a chegar ao destino, o Alentejo começava a vislumbrar-se na fisionomia da estrada, as paisagens eram agora mais douradas e menos verdes. A certa altura um coelhito resolveu atravessar a estrada mesmo quando eu estava a meio da curva, sempre serviu para acordar, depois disso foi uma perdiz e uma cegonha, os deuses estava a falar comigo. Santiago do Escoural, Alcáçovas e finalmente o Torrão, já estava esgotado, eram cerca das 20h e estávamos a conduzir desde as 9h!
Alojamento espectacular, e mais um jantar de chorar por mais. A simpatia do Sr. Zé, dono do alojamento e do restaurante foi inexcedível, tendo mesmo arranjado um quarto extra, se não havia dois de nós que iam ter uma noite de “núpcias” numa cama de casal apertadinha LOL.
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Depois do jantar e já descansados, ficamos a jogar cartas no bar da terra até às 2am. O dia seguinte ia ser mais simples e curto.
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4º dia (Torrão-Faro-Lisboa):
Para não variar, chuvinha pela manhã, confesso que adormeci, e o meus companheiros foram porreiros e deixaram-me dormir, estávamos todos estourados. Quando fui ter com eles para o pequeno almoço vi que mais um tinha desistido e tinha regressado a Lisboa, restavam três “duros”.
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Fizemo-nos à estrada pelas 10:30h, Odivelas, Ferreira do Alentejo, sem pressas, paragem para reabastecer em Ervidel:
![Nacional 2, a pu... da loucura 27686253907_4f826d5d54_b](https://farm2.staticflickr.com/1749/27686253907_4f826d5d54_b.jpg)
Seguindo pachorrentamente para Aljustrel, Castro Verde, Almodôvar. Aqui começavam a aparecer as primeiras curvas, o Algarve estava a chegar, adeus ao Alentejo. As forças estavam a voltar com a excitação de o fim estar perto. Entrada na Serra do Caldeirão e mais um lote de curvas para lamber pneu até ao fim, a malta que anda de carro nunca irá compreender a satisfação que é fazer uma estrada daquelas, dá vontade de voltar para traz e repetir alguns troços.
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O kilometro 700 antecipava o fim:
![Nacional 2, a pu... da loucura 42556661491_4b53bd69e5_b](https://farm2.staticflickr.com/1721/42556661491_4b53bd69e5_b.jpg)
Passado São Brás de Alportel, Faro estava ao virar da esquina, e o sentimento de um sonho concretizado estava cada vez mais perto.
Se me tivessem tirado o capacete teriam visto um sorriso de orelha-a-orelha, o cansaço dos últimos dias como que desapareceu por magia assim que avistámos o tão almejado Marco 738.
Fizemos uma festa como se tivéssemos sido campeões, todos nós tínhamos a mesma ideia: sonho realizado.
![Nacional 2, a pu... da loucura 42556664931_932b078d83_b](https://farm2.staticflickr.com/1740/42556664931_932b078d83_b.jpg)
Seguiu-se um almoço numa esplanada no centro de Faro, e por volta das 17h iniciamos o regresso a casa.
Tudo decorreu sem problemas, e o que ficou foi:
para o ano onde vamos?