Um exemplo de uma chave dinanométrica:



Cumprimentos
Faustino

boas, mudei hoje o oleo à minha e como a chave dinanometrica que tinha o aperto minimo era 28Nm usei esse torque.

Ha problema?

e escorri o oleo depois de ter a mota ligada 2/3min, ficou a escorrer até não deitar mais, e mesmo assim não levou 1L de oleo novo, ficando cerca de 1/2mm acima do nivel maximo de oleo

também tem algum problema? oleo a mais poderá aumentar a pressão no carter, dai o meu receio

Vamos lá tirar mais umas duvidas em relação às CBR 125.
Onde fico o respiro do carter? Se alguem poder colocar aqui uma foto, o pessoal agradece.
E tenho mais uma duvida, o encaixe da frente do deposito de gasolina tem alguma borracha?


Cumprs

KaraPau_GT escreveu:

eu dou um aquecimentozinho no motor ate aos 35 graus mais ou menos so par ao oleo sair melhor quando abro o bujon

Repara que algum dia essas estratégia pode correr mal... Eu explico porquê, os materiais a quente tem diferentes resistências, ou seja, se tiveres o motor quente o cárter que é de aluminium está igualmente quente. Quando desapertares/apertares o bujão, se for a quente, poderá haver a possibilidade de lixares a rosca que é em aluminium.
Não estou a dizer que isto é regra, mas a possibilidade de isso acontecer aumenta se a temperatura dos materiais não estiver à temperatura ambiente.
Joga pelo seguro, e faz esse trabalho sempre com o motor a frio, por mais tempo ou estratégias que faças para tirar totalmente o óleo ao motor, não vais conseguir, vai existir sempre restos do mesmo, ou alojados na bomba de óleo, ou no circuíto, ou na cabeça de motor.

O oleo deve ser escorrido após aquecer o motor, tanto nos carros como nas motas. Em relação à questão do danificar a quente é fácil, basta ter o aperto certo definido para o mesmo (usar chave dinanométrica) que nada de mal irá ocorrer. Mesmo em oficinas é assim o procedimento.

Já mudei muitas vezes o oleo de carros e motas e é conveniente aquecer sempre o motor antes de proceder ao escorrimento do oleo. Até hoje nunca deu problemas, e um dos carros aqui da casa já vai com 400.000 km, por isso já se mudou o oleo dezenas de vezes. 

Segundo os mecânicos até se deve deixar o motor a trabalhar até atingir a temperatura normal (geralmente entre os 70 e os 90ºC).

iurim escreveu:

boas, mudei hoje o oleo à minha e como a chave dinanometrica que tinha o aperto minimo era 28Nm usei esse torque.

Ha problema?

e escorri o oleo depois de ter a mota ligada 2/3min, ficou a escorrer até não deitar mais, e mesmo assim não levou 1L de oleo novo, ficando cerca de 1/2mm acima do nivel maximo de oleo

também tem algum problema? oleo a mais poderá aumentar a pressão no carter, dai o meu receio

Calculo que o aperto do fabricante seja os 24Nm o que é quase a mesma coisa que 2,4Kg/m. Mais 400 gramas de aperto não é nada de outro mundo comparado com alguns apertos malucos a olhometro. Se a tua chave for das mais simples (das que se roda no fim do cabo para comprimir a mola) é provável que trabalhe bem um pouco fora da escala, por exemplo 26Nm ou mesmo os 24Nm. 
Em relação ao nível não é preciso tanta exigência. Normalmente os intervalos das varetas correspondem a valores predefinidos, 1L, meio litro, etc. Se a CBR 125 tem vareta é provável que o intervalo corresponda a 250 ml, dá para teres uma ideia do que meteste a mais. Meio intervalo +/- 125ml e por ai adiante. O que queria dizer com isto é que acho que um ou dois milímetros é insignificante mesmo num motor desse tamanho. 

ldoohan escreveu:

Vamos lá tirar mais umas duvidas em relação às CBR 125.
Onde fico o respiro do carter? Se alguem poder colocar aqui uma foto, o pessoal agradece.
E tenho mais uma duvida, o encaixe da frente do deposito de gasolina tem alguma borracha?


Cumprs

Normalmente mesmo não conhecendo o modelo é fácil de localizar olhando para os tubos que acabam na zona do descanso lateral. Esse respiro geralmente tem uma tampa redonda e é segura ao tubo com uma abraçadeira. 
Outra forma é seguindo um tubo que habitualmente sai do carter da zona superior da caixa, que geralmente liga à caixa do filtro e da caixa é que sai para a zona do descanso(também já o encontrei preso no quadro, em alguns modelos deve ser eliminado quando se coloca um filtro de alto débito...). Manual de serviço ainda é o melhor para estas dúvidas  .  

Em relação ao dreno do óleo normalmente faço-o assim que as motas chegam à oficina e vou tratar de outras coisas. Numa revisão o óleo é a última coisa que coloco. 
Apesar de já ter ouvido falar de azares ao desapertar os parafusos de dreno acredito que esteja relacionado com o que já foi falado, de apertos exagerados que devem enfraquecer essa zona do carter. Outro azar que já ouvi é colocar os óleos frescos em motores ainda quentes e estalar alguma peça (talvez em motores maiores e no Inverno).  

Outra coisa que já vi e já ouvi vários casos é o parafuso desapertar-se  . Espero que eu nunca esteja relacionado com uma situação destas e neste assunto gosto bastante de deitar-me tranquilo. Em algumas motas até coloco um selo líquido para que na próxima revisão eu tenha certeza que ninguém andou lá a mexericar  .

Cumprimentos 
Faustino

JSilva954 escreveu:

O oleo deve ser escorrido após aquecer o motor, tanto nos carros como nas motas. Em relação à questão do danificar a quente é fácil, basta ter o aperto certo definido para o mesmo (usar chave dinanométrica) que nada de mal irá ocorrer. Mesmo em oficinas é assim o procedimento.

Já mudei muitas vezes o oleo de carros e motas e é conveniente aquecer sempre o motor antes de proceder ao escorrimento do oleo. Até hoje nunca deu problemas, e um dos carros aqui da casa já vai com 400.000 km, por isso já se mudou o oleo dezenas de vezes. 

Segundo os mecânicos até se deve deixar o motor a trabalhar até atingir a temperatura normal (geralmente entre os 70 e os 90ºC).

Boa tarde companheiro, não percebes-te bem o que eu quis dizer, mas eu explico melhor.

"Não estou a dizer que isto é regra, mas a possibilidade de isso acontecer aumenta se a temperatura dos materiais não estiver à temperatura ambiente."

Estou a citar o que tinha escrito, para vincar novamente que as possibilidades aumentam, não quer dizer que vá mesmo acontecer.
E depois há outro pormenor interessante que deves ter em conta, vamos pegar no exemplo do carro que tens com 400.000km.
Deves ter feito à volta de 30 mudas de óleo de motor (média), ou seja, desapertas-te e apertas-te o bujão essas mesmas vezes, achas que a rosca do cárter está com a mesma resistência de quando o carro tinha apenas 5/10 mudas de óleo? Atenção que estamos a falar de uma rosca de aluminium, muito mais frágil que de ferro ou aço.
Isso de fazeres o aperto com a chave dinamómetro é certíssimo, mas se a rosca estiver fragilizada, ao estares a dar o aperto correspondente em materiais quentes (motor a quente), estás a aumentar a possibilitares de moeres a rosca.
Conheço algumas maneiras de trabalhar de oficinas concessionárias e multimarcas, a esmagadora maioria não tem esta maneira de trabalhar apenas por um aspecto, tempo é dinheiro, minguem manda o cliente esperar uma serie de tempo para o carro arrefecer, para fazer a muda de óleo, por causa da rosca do bujão, é impensável isso acontecer. Eu apenas com este procedimento estou a salvaguardar o meu trabalho.
Este é apenas o meu ponto de vista, e peço-te que não me leves a mal, e se estou enganado em algum aspecto, peço-te que me rectifiques.
Há uma pessoa que trabalha comigo que já está perto da reforma e diz muitas vezes: "isto só acontece a quem o faz"

Abraço e boas curvas

CBR666 escreveu:

Boa tarde companheiro, não percebes-te bem o que eu quis dizer, mas eu explico melhor.

"Não estou a dizer que isto é regra, mas a possibilidade de isso acontecer aumenta se a temperatura dos materiais não estiver à temperatura ambiente."

Estou a citar o que tinha escrito, para vincar novamente que as possibilidades aumentam, não quer dizer que vá mesmo acontecer.
E depois há outro pormenor interessante que deves ter em conta, vamos pegar no exemplo do carro que tens com 400.000km.
Deves ter feito à volta de 30 mudas de óleo de motor (média), ou seja, desapertas-te e apertas-te o bujão essas mesmas vezes, achas que a rosca do cárter está com a mesma resistência de quando o carro tinha apenas 5/10 mudas de óleo? Atenção que estamos a falar de uma rosca de aluminium, muito mais frágil que de ferro ou aço.
Isso de fazeres o aperto com a chave dinamómetro é certíssimo, mas se a rosca estiver fragilizada, ao estares a dar o aperto correspondente em materiais quentes (motor a quente), estás a aumentar a possibilitares de moeres a rosca.
Conheço algumas maneiras de trabalhar de oficinas concessionárias e multimarcas, a esmagadora maioria não tem esta maneira de trabalhar apenas por um aspecto, tempo é dinheiro, minguem manda o cliente esperar uma serie de tempo para o carro arrefecer, para fazer a muda de óleo, por causa da rosca do bujão, é impensável isso acontecer. Eu apenas com este procedimento estou a salvaguardar o meu trabalho.
Este é apenas o meu ponto de vista, e peço-te que não me leves a mal, e se estou enganado em algum aspecto, peço-te que me rectifiques.
Há uma pessoa que trabalha comigo que já está perto da reforma e diz muitas vezes: "isto só acontece a quem o faz"

Abraço e boas curvas

Boas amigo, eu percebo perfeitamente o que tu dizes e estamos aqui é para prestar informação/conhecimento e também aprendermos, claro que não levo a mal. Em relação ao que tu dizes teoricamente está 100% correto, embora na prática seja uma situação um pouco difícil de acontecer se se tiver sempre os cuidados mínimos nas mudas de óleo, acredito que aconteça mas muito raramente. Eu falei daquilo que tenho conhecimento e também do que já tenho visto por aí, inclusivé já estive uma vez na 1ª revisão de um carro cá da casa que foi ao concessionário da marca fazer a revisão (por ser a primeira) e quando lá cheguei tinha o motor frio, a primeira coisa que o mecânico responsável me disse foi: coloque o carro a trabalhar e deixe aquecer até à temperatura normal e depois avise-me quando estiver. E assim foi, tal como eu já esperava. 

Relativamente à resistência da rosca do bujão não acho muito provável que em cerca de 30 mudas (na realidade foram umas 20 vezes mas tb nao interessa para agora) vá danificar significativamente a rosca. 

Concluindo, acho que cada um deve fazer da maneira que se sentir mais tranquilo e mais à vontade, ter apenas em atenção que os apertos realmente devem ser dados consoante os valores estabelecidos, acho que isso por si só já vai salvaguardar quase tudo.

Abraço companheiro